13 febreiro 2009

Voto Inútil Returns

Como hoje começa a campanha ás eleições galegas, recupero um velho post que já ussara nas últimas estatais, embora daquela o figera a posteriori dos resultados eleitorias. Ainda que a minha opção é o voto nulo (que explicarei amanhá), o de hoje vai sobre outro tipo de voto: O Voto Inútil, em contraposiçom ao voto útil que tanto pregoam os candidatos maioritários. O verdadeiro voto inútil está maioritarimente nos principais partidos. A demonstraçom é ista:

Uma das cousas que se escoita a menudo antes das eleições é que se vai votar a tal ou qual partido maioritário porque se nom o nosso voto será um voto inútil. A gente supõe que, ao nom ter a sua opção preferida nenguma possibilidade de sacar um escano, o seu voto nom se contará e se tirará ao lixo.
Como em tantas outras cousas baseadas únicamente em crenças e nom em dados, estas suposições estam cheias de erros. O feito de que estes erros sejam continuamente cacarejados por os políticos e os media (que nom podem de nenguma maneira ser ignorantes ao respeito á realidade do sistema eleitoral), fai pensar que quiçá pretendam que a gente insista em o seu erro por que isto favore-os. Quiçá...
Estes erros tão repetidos som os seguintes:
  • - “É que senom, nom contan os votos”. MENTIRA. Todos os votos se contam. O que nom se fai é meter no reparto de escanos a aqueles que nom cheguen ao 5% dos votos totais válidos, porque, de todas maneiras, o teríam muito difícil para conseguir escano a nom ser que nom houvesse maiorias claras. Pero contar, contam-se TODOS.
  • - “É un voto tirado ao lixo”. CERTO, pero tíranse ao lixo exactamente igual que todos, excepto os de aquelas mesas nas que haja reclamações ou os votos sobre cuja validade exista algum tipo de dúvida. Estes, e só estes, som remetidos á Junta Eleitoral de Zona para que delibere e decida.
  • - “E que é um voto inútil por que total no vam sacar nada”. MENTIRA. A condiçom de voto inútil nom a dá votar a um partido minoritário. Se poidésemos fazer com os votos igual que se fai com as andorinhas para estudar os seus fluxos migratórios encontraríamo-nos com surpresas. Fagámo-lo figuradamente. Vamos pôr-lhe um anel ao voto de um eleitor do tipo “anti-voto inútil” que vote a um partido maioritário na província de A Corunha.
As cinco primeiras forças políticas de esta circuncripçom foram, respeitivamente: PP, PSOE, BNG, IU e Voto Branco (estes dous últimos separados únicamente por 2500 votos). Excluirei á força “Voto Branco” pola escassa solidez do seu candidato.
Se fazemos a tábua correspondente ao reparto de escanos segundo a Lei D’Hont quedaría-nos o seguinte (clic para ampliar o quadro):


A Lei D’Hont consiste em dividir progressivamente o total de votos de cada candidatura polo número de escanos em jogo. É dizer, se há 5 escanos e um partido obtem 1000 votos, estes 1000 dividiranse desde 1 até 5 (1000/1, 1000/2, 1000/3, 1000/4 e 1000/5). O que se fai depois é atribuir aos quocientes maiores o escano correspondente. Esto está melhor explicado no enlace que vos deixo á Wikipedia.

Bem, como se ve na táboa que ponho mais arriba ao BNG sobrárom-lhe em Corunha 17.523 votos para facer-se com o escano que obtivo. Bastaria-lhe com obter um só voto máis que a casilha 4 do PSOE para ter o único escano que obtivo. Poderia-se dizer que 17523 votos do BNG na província da Corunha foram inúteis.
Da mesma maneira no PP há 23.833 votos inúteis e no PSOE 17.306 votos inúteis. É dizer, se cada um de este partidos deixa-se de receber este número de votos o resultado manteria-se inalterável. Exactamente igual. Consequência: há mais votos inúteis no PP, no PSOE e no BNG que em IU.
Se o nosso votante “anti-voto inutil” visse que o seu voto debidamente marcado cae na bolsa de éstes votos sobrantes, estaria na situaçom de que a raçom que o levou a votar a um partido que nom o convence já nom serve, mas com o agravante de que os políticos de isse partido se ocuparam de ussar o seu voto para dizer “... e ademais subimos em votos!!!”. Pobre votante “anti-voto inutil!!!! nom só o seu voto resulta ser inútil a efeitos práticos se nom que se torna útil a efeitos perversos!!!.

Esto passa por nom tomarse a sério isso de que as “urnas som a expressom da vontade do povo”. Cada quem deveria de votar sempre o que considere máis próximo ás suas ideias. Nom facé-lo tem como consequência um bipartidismo que nom é outra cousa que a perpetuaçom no poder de uma oligarquia elitista.

Apanhados estamos.

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