23 outubro 2007

El hambre en Occidente

"El hambre en Occidente" é o título de um artigo de publicado na edição digital do diário Público (desconheço se também se publicou em papel).
Há que le-lo, não serve de nada que faça um resumo, mas como o artigo é longo vou pôr algumas das frases que mais me chamaram a atenção por se assim colaboro a vencer a vossa preguiça.

Confesaré que cada vez que pienso en hambrunas no me viene a la cabeza el vientre abultado de René ni la teta escurrida de Samia sino la voracidad aplaudida de Joey Chestnut (campeón mundial de comer hotdogs), como símbolo publicitario de una economía que no puede permitirse siquiera calmar el apetito de los saciados....

...Está el hambre de los que no tienen nada y el hambre de los que nunca tienen suficiente; el hambre de los que quieren algo y el hambre de los que quieren siempre más: más carne, más petróleo, más automóviles, más teléfonos móviles, más imágenes, más juguetes y -también- una moralidad superior. La relación entre ambas insatisfacciones es un sistema global. Queríamos un hombre libre y tenemos un hambre libre.

22 outubro 2007

O que não sae nas notícias

Todo o que não queres saber.
Ademais de certo, serve de publicidade de uma cadeia de notícias.

17 outubro 2007

São da cor da terra

Durante estes dias passados, no entanto polo Passeio da Castelhana madrilenha desfilavam tanques, soldados e palavras grandiloqüentes, celebrou-se em Sonora, México, o I Encontro Continental dos Povos Indígenas de América.
Podem-se tirar muitas conclusões de estas jornadas, cada quem colha as suas, mas eu guardo para mim as palavras do discurso do Subcomandante Marcos nas sessões preparatórias do encontro:

Para los pueblos indios de América la disyuntiva es la opción entre vivir o morir.

Como pueblos de raiz maya, los pueblos zapatistas se enfrentaron a la amenaza de ser exterminados. No era con bombas, no era con balas como nos estaban matando, sino con enfermedades. Con miseria y con pobreza. Pero la enfermedad más dañina, la que más nos estaba matando, es la del olvido.

Por eso nosotros dijimos que nos levantábamos contra el olvido. Nuestra guerra es una guerra contra el olvido.

En el camino de fuego que seguimos los encontramos a ustedes y a gente como ustedes. Y descubrimos que era mejor arma la de la palabra que la del fuego.

Desde 1994 una y otra vez hemos insistido en la palabra, pero ya no nos dirijimos a los que están arriba, a los gobiernos, sino a gente de abajo, como ustedes.

Encontramos aquí una cosa común que es difícil encontrar.
Algo que nos una, que nos haga iguales.
Al mohok, al dakota, al rarámuri.
Y descubrimos que es el dolor lo que nos une.

A partir de pasado mañana en Vicam, vamos a descubrir que nos une también la lucha por la vida.


15 outubro 2007

Decálogo empírico

Qualquer prantexamento científico começa com uma evidencia empírica. Eis o mundo, empiricamente falando:
  1. As 225 fortunas mais grandes do mundo sumam um bilhom de dólares, o que equivale á renda anual acumulada dos 2,5 milhões de pessoas mais pobres do planeta, é dizer o 40% da população mundial.
  2. O património das 15 pessoas mais ricas do planeta equivale ao PIB de todos os países do sul do Sahara exceptuando Suráfrica.
  3. As ventas de cada uma das 100 principais multinacionais supera as exportações do conjunto dos 120 países mais pobres do planeta.
  4. Em Brasil, o pais mais grande da Sudamerica, o 2% dos terratenentes possuem o 43% das terras cultiváveis.
  5. O 20% da população do mundo acapara o 80% das suas riquezas e o 60% do consumo de energia.
  6. A media da esperança de vida no continente africano é de 47 anos. Ao outro lado do estreito de Gibraltar, em Espanha, é de 87 para as mulheres e 83 para os homens.
  7. Desde 1990 a 1998 o número de pobres no planeta acrescentou-se em 100 milhões de pessoas.
  8. Os países do terceiro mundo, onde vive o 85% da população mundial, constitue tão só o 25% do mercado farmacêutico mundial. Em 2001, cada 30 segundos morria um neno de paludismo em estes países.
  9. Durante cada um dos dias de 2001 se cambiaram perto de 1 bilhom de dólares. O 13% de esta quantidade correspondia a pagamentos polo comércio de mercadorias, o 87% restante era pura transacção monetária, sem creação de valor.
  10. 2.000 milhões de pessoas em todo o mundo dispõem de menos de um dolar ao dia para viver.
Estas são só dez, mas há muitas mais evidencias "empíricas" de que o sistema é genocida. Os estudiosos das Ciencias Económicas não tenhem em conta estas consequências da aplicação "científica" das suas teorias porque tratam ás pessoas como mercados, é dizer como objectos em vez de como sujeitos. E os objectos que não tenhem utilidade (que não são "produtivos" dentro da sua lógica) são estorvos que acabam no lixo.

Extraido de "Los nuevos amos del mundo" de Jean Ziegler

11 outubro 2007

A outra globalização

Os índios Sarayaku são uma tribo do Amazonas ecuatoriano que durante miles de anos vivem em harmonia com o seu entorno. Cada ano, fazem um inventário da Terra. Recorrem o seu território observando as plantas, catalogando quais estão mais vigorosas e quais mais ressentidas pola colheita do ano anterior. O mesmo fazem com os animais, e observam se existe míngua importante na povoação de alguma espécie. Quando tenhem feito este catálogo da terra, reúnem-se e decidem quê cultivar esse ano de maneira que se mantenha o equilíbrio do seu entorno, plantando espécies diferentes conforme ás necessidades das plantas, dos animais e, por suposto, de eles mesmos.

Na terra Sarayaku, sem embargo, habita também o “diabo negro”, um líquido viscoso e fedento que nada lhes aporta aos Sarayaku. Mas como sabemos, este diabo tem poderosos adoradores, sacerdotes de magia negra que procuram almas para o inferno.

Desde há algum tempo a Shell pousou os olhos no território Sarayaku e fixo valer os acordos de livre comércio assinados polos governos equatorianos. Como sempre fazem, trataram de comprar o território dos índios e instalar os seus poços. Mas não contavam com a resposta dos Sarayaku.

Estes índios não são os salvagems vestidos com taparrabos dos que gostam os documentarios da National Geographic. Não estão ailhados do mundo “civilizado”, mas só colhem de el o que lhes sirve e deixam fóra o que nom. Tanto é assi que até tenhem conexiom a internet e uma pagina web propia!!

Cada vez que um helicóptero da Shell intenta tomar terra no seu território, toda a povoação Sarayaku sae das suas casas para pôr-se debaixo e impedir-lhe tocar o chão. No caso de que algum chegue a aterrar, dezenas de índios rodeam a cada um dos empregados da Shell e os levam, misturados na multitude, até o povoado, onde os tratam como hóspedes até que alguém vai a buscá-los.

Para os índios Sarayaku a globalização é, de momento, o que em realidade deveria ser. O respeito á diferencia serve para aprender de ela.

09 outubro 2007

O preço do desprezo

Dizem que no em tanto a desprezos não o há maior que o de não fazer aprecio. Ignorar alguém ou algo é muito pior que considerá-lo “pouca cousa” em quanto que não se reconhece nem a sua existência. Pouca cousa sempre é mais que nada.

Em geral os habitantes do mundo rico não percebem a fame que provocam seus governos, nem as guerras que financiam, nem as enfermidades que permitem nem a pobreza que impõem.

Todo isto fica tam longe da gente do mundo rico que não sao conscientes do problema porque simplesmente não o conhecem, e como ignorantes, são inocentes. Mas desde o momento em que se param a pensar em isto e solucionam o seu conflito moral dizendo "sempre foi assi, sempre houvo pobres", a sua ignorância passa a ser um desprezo consciente.

O feito de intentar varrer para debaixo do tapete milhões de mortes injustificadas é o maior dos desprezos. Mas 852 milhões de esfomeados e 2000 milhões de pobres não se podem ignorar tam facilmente.

Comprova-o: tenta contar até 852.000.000, e cada vez que digas um número pensa que é uma pessoa: 1, 2, 3, 4, 5,6.......... E cada umha de essas pessoas tem dentro a capacidade de opor-se a um trato injusto, .... 7, 8 , 9, 10 ..... e muitas de elas começam a ser conscientes de onde reside a injustiça, ........ 100, 101, 102 ....... e entre elas, como fixo a humanidade desde sempre, falam para conseguir objectivos comúns ....... 10.000, 10.001, 10.002 ...... e a nossa civilização supõe um perigo certo para eles....... 851.999.997, 851.999.998, 851.999.999 e 852.000.000.

Ou reaccionamos ou acabaremos pagando o justo preço do nosso desprezo.