08 novembro 2008

Cámaras, luces, Obama!!!

Jose Luis Barreiro tem razão quando diz que Obama não trouxe mudanças, mas foram as mudanças as que trouxeram Obama. A sociedade americana teve tempo para se preparar para este salto, só faltava um bom candidato e Obama, sem dúvida, foi.

Ignacio Ramonet, em seu livro "Propagandas Silenciosas", faz uma análise perfeita da forma como a indústria cinematográfica americana e a moral dos americanos estão intimamente relacionadas. Tanto assim que quase se pode saber o que vai acontecer com os E.U. com apenas botar uma olhadela para a carteleira do cinema. Ninguém sonda tão bem o estado de ânimo dos americanos como os produtores de filmes de Hollywood. E a campanha desenvolvida pola equipa de Obama tivo bastante de Hollywoodiense: um grande orçamento ao serviço de um bom guión, um bom director e um bom intérprete.

Os actores negros foram gradualmente fazendo papéis principais (antes eram apenas secundárias) até que Morgan Freeman acabou como presidente dos Estados Unidos da América em 1998 no filme "Deep Impact". Quatro anos depois, Denzel Washington e Halle Berry recolheram os Oscars de melhor actor e actriz principais, respectivamente. O cinema, entre outras coisas, foi preparando progressivamente ao grande público americano para ver heróis e líderes negros.

Agora, as irmãs Willians deslumbram no circuito de ténis feminino, o melhor jogador de golf do momento e o campeão do mundo de Fórmula 1 também são negros. Todas elas disciplinas reservadas "tradicionalmente" aos brancos.

Temos que estar atentos por se se estreia qualquer filme com uma presidenta dos Estados Unidos. Se eu fosse Hillary, teria deixado muito mais cedo as primárias e teria o meu próprio dinheiro gasto para produzir um bom filme no qual uma mulher salvara o mundo desde o seu posto no escritório oval.

No entanto, esperemos que Obama acabe os seus mandatos (em plural) justificando todas as esperanças que se depositaram em el.

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