Ultimamente é moda manifestar-se em Galiza em contra do realojamento de ciganos em distintos bairros de distintas cidades. O que já não é moda, se não tradição, é que a gente que se manifesta tão democraticamente coincida em assegurar ao mundo que "não somos racistas". Contudo a frase fica incompleta se não asseguram que o quê realmente não são é "ideologicamente racistas".
Verdadeiramente os manifestantes da Corunha e Pontevedra não têm uma ideologia que justifique a sua atitude definindo aos ciganos dos bairros pobres como seres inferiores merecedores da exclusão social e do repúdio dos habitantes respeitáveis e brancos dos bairros "detodalavida".
O que os move a manifestarse não é nenhum "Mein Kampf" com ansias de levar-se à prática nem nenhuma "Guerra Santa" contra o infiel calé. Nem tão sequer perseguem com cruzes cristãs incendiadas ao estilo do Ku Kux Klan a ninguém um pouco moreno de mais.
Assi pois, nem nazis, nem religiosos fanáticos.... de momento.
De momento digo, por que o que si são é racistas culturais. A cultura social dos "payos" corunheses e pontevedreses actua criando um sistema de hierarquização e categorização no que eles se situam em um plano de superioridade económica, social e política. Económica, porque dispõem de mais recursos; social, porque os postos de maior responsabilidade e respeitabilidade são maioritariamente ocupados por "payos"; e política porque ao ser maioria é a eles a quem se dirigem principalmente os políticos.
Os manifestantes, ao actuar como tales (é dizer, em grupo mais ou menos numeroso) começam a tomar consciência comum de tal superioridade e se convertem em pasto abonado para que qualquer um semente sobre eles uma ideologia racista. Consequência: não seria de estranhar que começaram a aparecer grupos neo-nazis em Pontevedra e em Corunha.
Por isto é que não consigo entender porque os políticos não condenam este tipo de manifestações. Nem consigo entender como é possível que em Corunha e ante presença policial (!!!!) um grupo de manifestantes impedisse o passo ao bairro de Mesoiro a uma furgoneta conduzida por um cigano, fizeram baixar ao assustado home, e o obrigaram a abrir o portão traseiro para comprovar que não estava de mudança.
Somos iguais em direitos e deveres também sem distinção de raça. Esto é assi por princípio e ademais por lei. As leis se podem cambiar, pero se mudamos alguns princípios básicos como este podem ocorrer duas cousas: ou a tirania ou a anarquia, ainda que em qualquer dos dous casos nos permitiram continuar votando.
Verdadeiramente os manifestantes da Corunha e Pontevedra não têm uma ideologia que justifique a sua atitude definindo aos ciganos dos bairros pobres como seres inferiores merecedores da exclusão social e do repúdio dos habitantes respeitáveis e brancos dos bairros "detodalavida".
O que os move a manifestarse não é nenhum "Mein Kampf" com ansias de levar-se à prática nem nenhuma "Guerra Santa" contra o infiel calé. Nem tão sequer perseguem com cruzes cristãs incendiadas ao estilo do Ku Kux Klan a ninguém um pouco moreno de mais.
Assi pois, nem nazis, nem religiosos fanáticos.... de momento.
De momento digo, por que o que si são é racistas culturais. A cultura social dos "payos" corunheses e pontevedreses actua criando um sistema de hierarquização e categorização no que eles se situam em um plano de superioridade económica, social e política. Económica, porque dispõem de mais recursos; social, porque os postos de maior responsabilidade e respeitabilidade são maioritariamente ocupados por "payos"; e política porque ao ser maioria é a eles a quem se dirigem principalmente os políticos.
Os manifestantes, ao actuar como tales (é dizer, em grupo mais ou menos numeroso) começam a tomar consciência comum de tal superioridade e se convertem em pasto abonado para que qualquer um semente sobre eles uma ideologia racista. Consequência: não seria de estranhar que começaram a aparecer grupos neo-nazis em Pontevedra e em Corunha.
Por isto é que não consigo entender porque os políticos não condenam este tipo de manifestações. Nem consigo entender como é possível que em Corunha e ante presença policial (!!!!) um grupo de manifestantes impedisse o passo ao bairro de Mesoiro a uma furgoneta conduzida por um cigano, fizeram baixar ao assustado home, e o obrigaram a abrir o portão traseiro para comprovar que não estava de mudança.
Somos iguais em direitos e deveres também sem distinção de raça. Esto é assi por princípio e ademais por lei. As leis se podem cambiar, pero se mudamos alguns princípios básicos como este podem ocorrer duas cousas: ou a tirania ou a anarquia, ainda que em qualquer dos dous casos nos permitiram continuar votando.
5 comentarios:
Concordo em todo. Nom compreendo ademais, se nom somos racistas, por que falamos de ciganos. Se nom somos racistas nom pode haver eles, ciganos que nom queremos e nós, que temos de todo. Por princípio nom podemos fazer essas raias na língua.. por princípio.
A ver, ya me conoces así que sabes que estoy de acuerdo contigo. Tradicionalmente los gitanos "realojados" han demostrado - o eso dicen personas que los han tenido de vecinos- poca capacidad para convivir. Aún así, hay que luchar contra esa discriminación o racismo cultural como tú dices porque sino esto no terminará nunca. Eso sí, las normas de convivencia son también para todos, sin "raias na lingua". Respeto desde luego, en ambas direcciones.
Claro que si Amalia. O que ocorre é que parece que presunção de inocência nom opera com os ciganos. E isso é também um princípio. Se julgas a alguém por algo que nom tém opção de deixar de ser, automaticamente cometes uma injustiça. O cigano delinquente tem a opção de deixar de ser delinquente, mas nom tem a opção de deixar de ser cigano. Se enfatizo que somos iguais em deveres é porque creio igual de injusto que se permita que um muçulmano poida exigir que á sua mulher a atenda uma ginecóloga e nom um ginecólogo. Pero para poder ser escrupulosos com o cumprimento dos deveres, há que ser também escrupoloso com o respeito dos dereitos.
O do home da furgoneta dá medo. Muito medo.
Te sonará este poema atribuido a Bertolt Brecht pero que em realidade é do pastor Martin Niemoller:
Quando os nazistas levaram os comunistas,
eu me calei;
eu não era comunista.
Quando eles prenderam os sociais democratas,
eu me calei;
eu não era social-democrata.
Quando eles levaram os sindicalistas,
eu não protestei;
eu não era sindicalista.
Quando eles levaram os judeus,
eu não protestei;
eu não era judeu.
Quando eles me levaram,
não havia mais ninguém que protestasse.
Nom devemos relaxar-nos NUNCA na garantia dos dereitos de um Estado de Dereito. É perigoso facé-lo.
Totalmente de acuerdo Verme, y lucharé por ello :-)
Sei-no Amalia. Já o estás a fazer.
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